– Mercador! Mercador! Mercador!
– O que vende, senhor?
– Vendo corpos e almas – sonhos, sopros, fantasias, poemas, magias.
– E o que se faz com o corpo, mercador?
– Senhora, ele ama.
– Eu levo, mercador, eu levo.
– Mas junto vai a alma, dona.
A senhora olhou-o com ar de espanto e, até mesmo, sugerindo um certo asco.
– Eu sou mercador de coisas belas, senhora!
– Obrigada, mercador, mas não sei o que fazer com ela.
– Mas, senhora, é exatamente assim que ela funciona: se nós não temos dúvidas, se nós não temos espaços e tempos vazios, não buscamos, não nos movimentamos...
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