quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Sentido da Vida




"Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós,


mas sei que nada do que vivemos tem sentido...


...Se não tocarmos o coração das pessoas!


Muitas vezes basta ser:


Colo que acolhe...


Braço que envolve...


Palavra que conforta...


Silêncio que respeita...


Alegria que contagia...


Lágrima que corre...


Olhar que acaricia...Desejo que sacia...


Amor que promove...


E isso não é coisa do outro mundo...


É só o que dá sentido à vida !


É o que faz com que ela não seja nem curta nem longa demais.


Mas que seja intensa, verdadeira, pura e encantada...Enquanto durar".

sábado, 10 de novembro de 2007

AMIGO


Difícil querer definir amigo.

Amigo é quem te dá um pedacinho do chão,quando é de terra firme que você precisa,

Ou um pedacinho do céu, se é o sonho que te faz falta.

Amigo é mais que ombro amigo, é mão estendida, mente aberta, coração pulsante, costas largas.

É quem tentou e fez, e não tem o egoísmo de não querer compartilhar o que aprendeu.

É aquele que cede e não espera retorno, porque sabe que o ato de compartilhar um instante qualquer contigo, já o realimenta, satisfaz.

É quem já sentiu ou um dia vai sentir o mesmo que você.

É a compreensão para o seu cansaço

E a insatisfação para a sua reticência.

É aquele que entende seu desejo de voar, de sumir devagar, a angústia pela compreensão dos acontecimentos, a sede pelo "por vir".

É ao mesmo tempo espelho que te reflete, e óleo derramado sobre suas águas agitadas.

É o sol que seca suas lágrimas, é a polpa que adocica ainda mais seu sorriso.

É quem sabe que viver é ter história pra contar.

É quem sorri pra você sem motivo aparente,

É quem sofre com seu sofrimento,

É o achar daquilo que você nem sabia que buscava.

Amigo é aquele que te lê em cartas esperadas ou não,

Pequenos bilhetes em sala de aula,

mensagens eletrônicas emocionadas.

É aquele que te ouve ao telefone mesmo quando a ligação é caótica, com o mesmo prazer e atenção que teria se tivesse olhando em seus olhos.

Amigo é multimídia.


Olhos... amigo é quem fala e ouve com o olhar,o seu e o dele em sintonia telepática.

É aquele que percebe em seus olhos seus desejos, seus disfarces, alegria, medo.

É aquele que aguarda pacientemente e se entusiasma quando vê surgir aquele tão esperado brilho no seu olhar, e quem tem uma palavra sob medida quando estes mesmos olhos, estão amplificando tristeza interior.

É lua nova, é a estrela mais brilhante,

É luz que se renova a cada instante, com múltiplas e inesperadas cores, que cabem todas na sua íris.

Amigo é aquele que te diz "eu te amo"

Sem qualquer medo de má interpretação: amigo é quem te ama "e ponto".

É verdade e razão, sonho e sentimento.


Amigo é pra sempre, mesmo que o sempre não exista...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Agora em Silêncio


Sabe, acho que ninguém vai entender.

Ou, se entender, não vai aprovar.

Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você.

Então, eu troco o meu amor por um punhado de carinho e boas ações.

Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor.

E quando alguém, por alguma razão muito íntima, pára de dar carinho e corre para bem longe de você?

A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos.

E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar.

Mas que espécie de amor é esse?

Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.

Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso.

Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava haveria de existir em algum lugar do planeta!

Haveria de existir!

Nem que este lugar fosse apenas dentro de mim... Mesmo que ele não existisse mais em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor e eu nunca mais ficaria doente.

E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva.

Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam.

Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino.

Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto.

Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai.

A gente fica e faz um jardim, um banquinho cheio de almofadas coloridas e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banquinho do nosso amor, o nosso grande amigo...

Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a quantos anos, não sei, ele pode simplesmente voltar... sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

MOÇA


Moça


Não estou falando de um mundo cor-de-rosa ou de pessoas perfeitas,

sempre prontas para nos acolher, amar, caminhar ao nosso lado.

Não falo disso, mas da tristeza nos olhos de quem vira as costas e a gente não vê.

A beleza por dentro de um peito encouraçado que a gente não sente.

A solidão de quem afasta um amor e se deita em camas tão frias.

É do instante quando os olhos se perdem no nada e nenhuma mentira é capaz de enganar si mesmo.

É desse instante solitário, desse instante sem abraço, que eu digo.

Todo mundo vai virar as costas ou dizer que merece coisa melhor ou debochar das mentiras que eles contaram... mas a gente pode sempre voltar e acolher com amor, ser os primeiros a começar.

Afinal, se a hostilidade do mundo despertar a nossa, quem vai ser o primeiro a sorrir?

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

SAUDADE - Miguel Falabella




Saudade


Miguel Falabella








Trancar o dedo numa porta dói.




Bater com o queixo no chão dói.




Torcer o tornozelo dói.




Um tapa, um soco, um pontapé, doem.




Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.




Mas o que mais dói é a saudade.




Saudade de um irmão que mora longe.




Saudade de uma cachoeira da infância.




Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.




Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.




Saudade de uma cidade.




Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.




Doem essas saudades todas.




Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.




Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.




Saudade da presença, e até da ausência consentida.




Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.




Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade,mas sabiam-se onde.




Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo,mas sabiam-se amanhã.




Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.




Saudade é basicamente não saber.




Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.




Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.




Não saber se ela ainda usa aquela saia.




Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.




Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre culpada,


Se ele tem assistido às aulas de inglês,


se aprendeu a entrar na internet e encontrar a página do Diário Oficial,


se ela aprendeu a estacionar entre dois carros,


se ele continua preferindo Malzebier,


se ela continua preferindo suco,


se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados,


se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor,


se ele continua cantando tão bem,


se ela continua detestando MC Donald´s,


se ele continua amando,


se ela continua a chorar até nas comédias.




Saudade é não saber mesmo!


Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,


não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,


não saber como frear as lágrimas diante de uma música,


não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.




Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.




É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...




É não querer saber se ele está mais magro,


se ela está mais bela.




Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim doer.






Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

sábado, 3 de novembro de 2007

Apenas mais um poema...


"Se a brisa da manhã tocar o teu rosto

e num gracejo fogoso fizer teus cabelos brincar,

saiba que é um carinho meu,

que sem querer dizer adeus,

pedi ao vento para te entregar...



Se ao andar pelas matas sentir o cheiro da vida,

de folhas secas emolhadas,

perfume de flores,

pode ser jasmim ou qualquer coisa assim,

é ainda a minha mensagem que vai com o meu perfume,

para você jamais esquecerde mim...




Ao ouvir o barulho de água cristalina,

limpa, pura...

vai te lembrar minhas loucuras tentando te conquistar.




Uma cachoeira encantada vai te lembrar minha risada quando eu só existia para te amar...

E ao ouvir pássaros cantando,

em alguns galhos namorando,

recordará algumas canções que a gente escutava baixinho,

jogados em qualquer cantinho,

deixando a canção dizer o que havia em nossos corações...




Se uma gota de orvalho atrevida

em tua face pingar

e mais uma outra,

ainda insistente, cair, é apenas uma lágrima que escorregou,

é essa imensa saudade a me consumir...



E, ao cair da tarde,

quando tudo for silêncio,

olhe para o horizonte ,

escuta quando a noite chegar.


A mesma estrela vai te dizer que,

mesmo que nunca mais te encontre,

eu jamais vou te esquecer..."